*TRÊS MÁGICAS*

Três Mágicas

Ana Lucia Migliano

Era uma vez, há não tanto tempo atrás e em um reino nem tão distante assim, uma linda princesinha chamada Giselle. Ela e seu príncipe encantado viviam num lindo castelo contemporâneo, com todos os equipamentos eletrônicos típicos desses novos empreendimentos.


Tudo corria muito bem em suas vidas. Ambos tinham bons empregos, bons amigos, famílias presentes e tudo o mais que faz a vida das pessoas ser repleta de momentos felizes. Mesmo assim ambos sentiam que ainda faltava alguma coisa para completar suas vidas.


A princesa, além de princesa, era uma grande filósofa de sua época. Já havia estudado muito, mas continuava lendo e aperfeiçoando seus conhecimentos sobre o mundo durante todo o tempo.


Ela reunia-se quinzenalmente em seu magnífico jardim com outras pensadoras e educadoras. As conversas eram animadas e esclarecedoras, pois contribuíam sempre para um bem maior: o desafio de atingir objetivos de desenvolvimento intelectual e pessoal em outras pessoas, talvez menos favorecidas pela sorte do conhecimento do que elas.


Ainda que repleta de afazeres, a princesa Giselle sabia que em sua vida havia espaço para mais e resolveu, não deliberadamente, procurar um grande feiticeiro que pudesse ajudá-la a conceber seu sonho maior, o de ser mãe e assim completar sua felicidade familiar.


Certo de seus poderes mágicos, o grande mago preparou sua poção. E, ao que parece, tudo deu muito certo, pois, em pouco tempo, a notícia de que a princesa estava grávida espalhou-se aos quatro cantos de seu reino, sendo motivo de celebração e alegria em todo o reino familiar.


Meses de espera, ansiedade e contentamento sem igual. E qual não foi a surpresa quando nasceram os bebês, sim, não um, mas três lindos bebês, Luana, Larissa e Matheus. Cada um com um dom especial que recebeu não de uma fada, mas do próprio Criador de todas as coisas e criaturas do Universo.


Sim, é claro que à visão de um leigo qualquer, aqueles simpáticos principezinhos pareciam tão comuns como qualquer outra criança, mas ao olhar perspicaz da mamãe princesa, os bebês cresciam fortes e sadios, cada qual com suas habilidades especiais de fazê-la rir e, porque não, às vezes de fazê-la chorar. Não de tristeza, mas de alegria por ver seus avanços e realizações no decorrer de toda a vida.


Mas falemos dos dons especiais dos bebês, pois, em seu nascimento houve uma grande convenção de fadas, que fizeram questão de atribuir a esses encantadores seres dádivas especiais, através de uma linda chuva de estrelas e gotas de arco-íris. No jardim, folhas de árvores esvoaçavam no ar ao som do magnífico canto uníssono de pássaros e revoada de borboletas multicores. O sol clareava o céu e nuvens moviam-se no céu num balé de formas. E, nesse clima de festa da Natureza, fez-se o milagre de desenvolverem-se crianças que tem no coração a alegria de ter pais afetivos e atenciosos, mas que ao impor seus limites permitem o crescimento de seres capazes de reconhecer o que é certo e o que é errado. Pessoas com bondade, respeito ao próximo e às suas diferenças, compreensão e valorização do Ser Humano, como agente e não paciente de nossa tão errante sociedade. Mágica, sim, a mágica de olhar e ver além das aparências, a essência o ser humano; ter mais do que conhecimento, a sabedoria para saber empregá-lo sempre para o bem e não e, prol de si mesmos; a dignidade de admitir um erro, se acontecer, e a humildade e capacidade de corrigi-lo.


Não seres anormais, esplêndidos, apenas príncipe e princesinhas humanos o bastante para levantar a cada tombo e encarar a vida de frente com uma certa dose de perspicácia e bondade.


E resto desta história, que todos torcem para ter um final FELIZES PARA SEMPRE só o tempo poderá contar...








QUEM DISSE QUE NÃO PODEMOS TRANSFORMAR NOSSAS VIDAS NUM VERDADEIRO CONTO DE FADAS? A FELICIDADE ESTÁ NOS OLHOS DE QUEM VÊ E NO CORAÇÃO DAQUELES QUE SONHAM E ACREDITAM NOS SEUS SONHOS...